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terça-feira, 9 de maio de 2017

ESCLARECIMENTOS - EX-MÓRMONS E ANTI-MÓRMONS


OS EX-MÓRMON


O termo ex-Mórmons refere-se às pessoas que se desassociam da igreja SUD. Geralmente, o ex-mórmon percebe que sua família e amigos mórmons se afastam ou encontram nele muitos defeitos após seu afastamento.[2]


1 - Motivos para se afastar


As pessoas deixam o mormonismo por várias razões, portanto “é ser raro encontrar um motivo único que faça com que um mórmon se desassocie”[3].
Pesquisas mostram que 43% dos Mórmons desassociados se afastaram por não terem suas necessidades espirituais supridas [4]. Outros motivos para o afastamento são a crença de pertencerem à um culto, julgamento lógico e intelectual, crises, e pouca ou nenhuma resposta aos líderes da igreja ou às congregações [5]. Dos ex-mórmons formalmente desassociados, 58% mudam para outras religiões [4].
Os ex-mórmons iniciam sua jornada para se desfiliarem do mormonismo e da igreja SUD devido ao seu ceticismo sobre a autenticidade das experiências espirituais. [6]. Grande parte deixam a igreja por razões intelectuais e/ou espirituais específicas que os convence que a religião é falsa. Ainda, desacreditam em Joseph Smith como profeta [7-8] e no livro de mórmon como um documento espiritual e/ou histórico [9-10].
As razões desta descrença incluem disputas inconsistentes entre a Bíblia e o Livro de Mórmon e problemas com a falta de evidências arqueológicas, linguísticas e genéticas do Livro de Mórmon. Além de rejeitarem o LdM por estes motivos, o livro de Abraão e outros textos religiosos também são rejeitados por motivos semelhantes [11-12].
Muitos ex-mórmons também apontam para as contradições entre os líderes atuais e antigos da igreja SUD, como Brigham Young e Joseph Fielding Smith.
Um ex-mórmon expressou preocupações relativas à oralidade, historicidade e a verdade dos ensinamentos SUD, exemplificados por ensinamentos inconsistentes ou suprimidos dos profetas antigos, como por exemplo a teoria do Deus-Adão de Brigham Young, que atualmente a igreja considera apenas especulativa que foi mal interpretada, mas que se torna clara quando lida em seu contexto. Aqueles que adotam as perspectivas humanista e/ou feminista podem ver certas doutrinas SUD, incluindo o status espiritual dos negros, poligamia e o papel da mulher na sociedade como racista e/ou sexista [13].
Uma minoria de ex-mórmons citaram sua incompatibilidade com a fé Mórmon ou cultura. Um artigo de revisão de Princeton descreveu uma atmosfera conformista na Universidade Brigham Young, que pertence à igreja SUD.[14] Visões liberais e atitudes políticas que desafiam este conformismo e, ocasionalmente, a orientação sexual, são citadas como razões para o afastamento do mormonismo [15].
Nos anos recentes, a igreja mórmon tornou-e politicamente mais ativa, particularmente em relação à legislação relativa aos homossexuais. O envolvimento oficial dos SUD na campanha da “Proposition 8” é altamente controversa, fazendo com que alguns SUDs deixassem a igreja. [16].
Grupos como o “Signing for Something” foram fundados por ex-mórmons que desejam que seus motivos para deixarem a igreja sejam divulgados.


2 - Problemas após o afastamento


Após a decisão de deixar a igreja SUD, os ex-mórmons passam por um período de reajuste para orientarem suas vidas religiosa, social e psicológica.


3 – Religião


Uma pesquisa online com ex-Mórmons mostrou que uma grande parte se torna agnóstica, enquanto outras mantém sua crença em Deus mas não em uma religião, tornam-se ateus ou se unem à outra religião [9]. Entre os ex-mórmons sem religião, 36% continuam fazendo orações constantemente ou diariamente [4].
As atitudes de ex-mórmons sobre os mórmons e a religião variam grandemente. Alguns pregam ativamente contra a religião, enquanto outros dão apoio aos que deixam a religião. Alguns preferem evitar completamente o assunto, enquanto outros tentam diálogos saudáveis com os ex-mórmons.
As atitudes também variam em relação à sua filiação na igreja. Alguns se afastam formalmente, removendo seus nomes dos arquivos da igreja, enquanto outros simplesmente se tornam inativos. Pelo menos uma organização virtual, MormonNoMore.com é voltada a ajudar os ex-mórmons a fazer suas requisições de afastamento formal da igreja SUD. [17].


4 – Aspectos Sociais


Ex-mormons que deixam o mormonismo geralmente encontram um estigma social. Apesar de muitos sairem da igreja para serem fiéis a si mesmo ou por uma nova crença, há um preço a ser pago [18]. Muitos sentem-se isolados, pressionados e perdem os principais eventos familiares, como os casamentos nos templos.
Baseados na crença que aqueles que se afastam sofrerão consequências danosas por toda a eternidade, os membros da igreja, os líderes e a família podem criticar os que se afastam e pressioná-los para voltarem [19].
Os membros da família de alguns podem expressar desapontamento e pesar. Alguns ex-membros podem sofrer com a iminência de divórcios de seus companheiros que ainda são mórmons, enquanto outros se divorciam de fato e abrem mão da convivência familiar. Entretanto, ex-Mórmons que vivem distantes de redutos culturais Mórmons, como Utah podem ser menos estigmatizados [10].


5 – Aspectos Psicológicos


Muitos ex-mórmons passam por um grande processo psicológico ao deixarem a seita. O bispo Bob McMue descreveu seu afastamento como uma recuperação de uma dissonância cognitiva [20].
Outros citam uma recuperação das expectativas do grupo, fraude e abuso. Reynolds afirma que o afastamento da igreja envolve um período de intensa dúvida e depressão quando o ex-membro confronta sentimentos de traição e solidão, seguidos por auto-descobrimento, exploração de suas crenças e orientação espiritual durante e logo após o processo de afastamento. Ele também declara que o afastamento pode gerar um renovado senso do eu-próprio, confiança e paz. [5].
Um ex-mórmon comparou experiência de seu afastamento como a de deixar um culto [21], enquanto outros disseram ser próximo à experiência de se libertar de um controle mental [22] ou de ajustar a vida fora do fundamentalismo religioso [23-24]. Ainda, outros comparam seus sintomas como os de um divórcio [25].


A VISÃO DOS SUD EM RELAÇÃO AOS EX-MÓRMONS


Dependendo das circunstâncias em que um membro abandona a igreja, a visão dos SUDs pode variar bastante, desde considerar o afastado um apóstata a vê-lo como indivíduo que simplesmente se desviou do caminho.
A igreja SUD ensina que as pessoas abandonam a igreja por vários motivos, mas independente de quais são esses motivos, sempre é por causa da tentação de Satanás [27]. Para os SUD, abandonar a influência do Espírito Santo tem consequências devastadoras, e eles sempre esperam que o ex-membro “retome o caminho”[28].


1 - Motivos para sair da igreja


Os motivos dados por uma pessoa que deixa a igreja varia muito. Os manuais da escola dominical da igreja SUD diz que os membros saem por causa de um enorme orgulho, por cometerem pecados que os afasta de Deus ou porque se ofenderam com algo trivial. Os manuais também falam que os membros se afastaram porque se renderam à Satanás [27] que, de acordo com as escrituras mórmons, está ativamente buscando destruir a alma dos homens [29].
Ainda, aqueles que "se afastam da verdade" serão julgados, no julgamento final [30] por terem se se tornado presas de artifícios de Satanás.[31] Os artifícios usados são aceitar falsos profetas, orgulho e vaidade, ser crítico às imperfeições dos líderes, se sentir ofendido, desobedecer as leis da igreja racionalmente e aceitar os falsos ensinamentos do mundo [27].
No livro de mórmon, um personagem chamado Korihor [32] prega a desobediência e desafia os líderes da igreja e suas profecias [33]. Ele então exige um milagre e subitamente ele fica surdo e mudo devido aos seus atos.
Um erudito mórmon conectou a análise filosófica usada em uma monografia e editada por um ex-mórmon às táticas de Korihor [34]. As autoridades da igreja e o escritor SUD de ficção Gerald N. Lund compram qualquer motivo que leve à descrença em Deus ou no mormonismo à Korihor. [35]
A igreja também usa a história de Frazier Eaton, que deu US$700 para o templo de kirtland, mas que abandonou a igreja por não conseguir um lugar para se sentar na cerimônia de dedicação deste mesmo templo. Afirmam que este é um exemplo de como os membros podem se afastar após se sentirem ofendidos [27,37].
O apologeta SUD John Dehlin criticou a perpetuação desta visão, pois ela simplifica as razões complexas que uma pessoa pode ter para se afastar. Ele afirma que os membros SUD geralmente agem com hostilidade e raiva para com os que têm dúvidas, e que essa atitude é um insulto.
A recusa de se falar sobre os problemas com a doutrina SUD, com a história e política pode fazer com que os membros que descobrem essas informações fiquem “chocados”, sintam-se traídos, nauseados ou raivosos.


Dehlin advoga a favor de se aproximar dos mórmons descontentes e desencoraja o uso de “apologia ruim” [38]. Ele também escreveu como os mórmons, que perderam sua fé mas não podem se revelar por criarem desafetos com a família e amigos, podem gerenciar sua permanência na organização como um incrédulo [39].


2 -  Consequências de se afastar


Os SUD podem ver os ex-mórmons como fortes candidatos à danação eterna baseados em sua devoção ao mormonismo, e que aqueles que nunca pertenceram à igreja serão julgados de forma mais amena.
Ainda, aquele que for ao extremo de negar o Espírito Santo pode se tornar um filho da perdição e podem ser deixados na escuridão [40]. Uma apostasia total do membro o leva ao conselho disciplinar da igreja, que pode resultar em desassociação ou excomunhão [41].
Entretanto, os membros que pedem que seus nomes sejam removidos dos registros da igreja ou que se uniram à outra religião não estão sujeitos ao conselho disciplinar.
O presidente Brigham Young ensinou que os membros que abertamente não concordam com os líderes da igreja mórmon estão potencialmente amaldiçoados ou condenados e aqueles que rejeitam as doutrinas ou autoridade da igreja mórmon são “apóstatas” [42]. Um apóstata é aquele que “caiu nas armadilhas do demônio”[43]
Young também ensinou que, se “há um caráter detestável na face da terra, é um apóstata da igreja. Ele é um traidor que abandonou seus melhores amigos, traiu sua fé e negligenciou cada princípio de honra que Deus deu à ele. Ele pode pensar que é respeitado, mas não é. Eles são uma desgraça para seus próprios olhos. Não há muita honestidade entre eles; eles negligenciaram o seu paraíso, venderam seus direitos e traíram seus amigos.”[44]
Em contraste, James E. Faust disse aos ex-mórmons que “se foram cometidos alguns erros, há um caminho de volta. As portas estão abertas; braços de boas-vindas estão estendidos. Há um lugar para todos.”[45]


GRUPOS DE APOIO AOS EX-MÓRMONS


Grupos de ajuda locais e na internet existem particularmente nos EUA e na Austrália. Eles ajudam os ex-mórmons a lidarem com o estresse de abandonarem a igreja e construírem uma nova vida [46]. Especificamente, as comunidades da internet possuem desde fóruns históricos [47,48] a blogs [49] em sites dedicados à “recuperação” do mormonismo [50], à desistência de filiação à igreja SUD [51] e à sátira [52].
O website  ExMormon.org recebe cerca de 160.000 visitas por dia, tornando-o o mais popular site de ex-mórmons [46]. Ex-mórmons notáveis, como Tal Bachman (cantor canadense) e Steve Benson (cartunista vencedor do prêmio Pulitzer ) frequentam discussões online e relatam suas experiências como membros ativos e crentes que decidiram deixar o mormonismo.


EX-MÓRMONS SÃO ANTI-MÓRMONS?


Não!
Muitos dos que foram rotulados como anti-mórmons reclamam desta designação, arguindo que este termo faz associação com aqueles que perseguem AS PESSOAS QUE SÃO MEMBROS DA IGREJA.
Eric Johnson, por exemplo, faz uma distinção entre “animosidade pessoal e diálogo intelectual”. Johnson afirma que ele é movido por “compaixão pelos mórmons”, mas que ele pode “ser considerado culpado de ser contra o mormoNISMO”. Ele afirma que a sugestão de ser anti-mórmon “é ofensiva e errada”[53]
Stephen Cannon elucida: “É útil saber que os mórmons são um grupo de pessoas unidas em torno de um sistema de crenças. Portanto, ser “anti-mórmon” é ser contra as pessoas... o argumento é contra um sistema de crenças e não contra as pessoas. Qualquer discordância é relativa ao ISMO e não aos mórmons”[54]
James White rejeita o uso deste termo. Ele escreveu à um apologeta mórmon: “Se você se identificar como um anti-batista, eu permitirei que me chame de anti-mórmon”[55].
Até mesmo os membros da igreja que escrevem negativamente sobre ela, especialmente os que questionam a natureza divina da igreja, tiveram suas idéias rotuladas como anti-mórmon.
Os membros que criticam a igreja podem ser desassociados ou excomungados, fazendo com que os membros ativos fiquem cada vez menos dispostos à lerem seus trabalhos (cf. o September Six, Grant Palmer, Thomas W. Murphy, etc). Os ex-mórmons que escrevem contra a doutrina também são rotulados de anti-mórmon, mesmo quando seus escritos não são falsos ou inflamatórios [56].
Stephen Cannon afirma que o uso do rótulo anti-mórmon é uma “campanha feita pelos SUD para repudiar os fatos apresentados pelo simples fato de serem rotulados como ‘anti-mórmon’”. [57]
Os críticos do termo também afirmam que a igreja SUD associa o rótulo de ‘anti-mórmon’ como perseguição para cultivar um complexo de perseguição. Os autores mórmons também promovem idéias de uma recompensa celestial por resistirem à perseguição por suas crenças. [58]
Portanto, se você apenas argumentar  algo sobre a doutrina mórmon será, para este grupo, considerado anti-mórmon!!!!!!


Notas:


  1. Ex-Mormon abbreviations from ExMormon.org
  2. William Lobdell, Los Angeles Times, Losing Faith and Lots More, December 1, 2001
  3. Albrecht, S.L. & Bahr, H.M. (1990). Strangers Once More: Patterns of  Disaffiliation from Mormonism. Journal of Scientific Study of Religion (28)2. 180- 200.
  4. Albrecht, S.L. & Bahr, H.M. (1983). Patterns of Religious Disaffiliation: A Study of Lifelong Mormons, Mormon Converts & Former Mormons. Journal of Scientific Study of Religion 22 D. pp. 366-379.
  5. Reynolds, Leslie (1996). Mormons in Transition. Salt Lake City, Utah: Gratitude Press.
  6. Unauthorized Investigator's Guide to LDS Church, "Moroni's Book of Mormon Promise" from LDS4U.com
  7. William Lobdell, Los Angeles Times, Losing Faith and Lots More, December 1, 2001
  8. Institute for Religious Research, Book of Mormon
  9. Albrecht, S.L. & Bahr, H.M. (1990). Strangers Once More: Patterns of Disaffiliation from Mormonism. Journal of Scientific Study of Religion (28)2. 180- 200.
  10. LDS General Conference, October 1999, Elder Ben B. Banks, Feed My Sheep
  11. Winell, Marlene Ph.D. Leaving the Fold: A Guide for Former Fundamentalists and Others Leaving their Religion (New Harbinger Publications, 1993)
  1. Smith, Joseph F. (1834-7). Teachings of the Prophet Joseph Smith. p. 66. Although sometimes mistaken for a direct quote from Joseph Smith, this passage occurs in the book as part of "Excerpts from an Epistle of the Elders of the Church in Kirtland to Their Brethren Abroad", edited by Oliver Cowdery and F. G. Williams as published in The Morning and the Evening Star.
  2. Journal of Discourses/Volume 12. p.94. Brigham Young. 1867
56. Kempton, William (2006). "Why I'm no longer a Mormon" (HTML). Geocities.com. Archived from the originalon 2009-10-25. http://www.webcitation.org/5knIPGUZz
59. http://investigacoessud.blogspot.com.br/2009/11/esclarecimentos-os-ex-mormons.html

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