Traduza para outra Lingua!

sábado, 31 de agosto de 2013

SOMOS DESPREZADOS

Meu nome é Christie, embora eu nunca tenha sido Mórmon, infelizmente fomos empurrados para os perigos que esta religião oferece, simplesmente por nos mudarmos para o Estado de Utah. Nos mudamos para cá há quatro anos. Morávamos antes no Estado de Montana. Tenho três filhas, uma com 13 anos e as pequenas com 4 e 2 anos de idade. Em Montana, meu marido e eu tínhamos muitos amigos Mórmons e a religião não era a questão principal. Ninguém se importava de que religião você era, nós sabíamos que os nossos amigos Mórmons, não poderiam sair para jogar aos domingos. A vida e a “amizade” eram normais naquele Estado. Então, tivemos a péssima ideia de nos mudarmos para Utah. Nossas expectativas se frustraram. Encontramos um lugar completamente diferente do que imaginávamos. Se tivéssemos o conhecimento atual da vida em Utah, jamais nos mudaríamos para este lugar novamente.
Estamos vivendo num lugar, ao qual denominei de “Crazyville”. Um lugar que me assusta muito. Estou lutando cada vez mais e constantemente com desdém no meu coração, contra a religião Mórmon, e infelizmente, contra um grande número de pessoas que a seguem neste lugar.
Como é possível, pessoas aparentemente inteligentes, acreditarem nos ensinamentos insanos e completamente irracionais desta religião? Por isso, fui até a internet e pesquisei a verdade. Minha intensão foi a de achar meios, de poder lidar com essa situação de maneira eficaz. Comprovei na internet, que no mormonismo aplica as táticas de “culto e lavagem cerebral” nas pessoas.
O meu maior problema agora é manter a boca fechada, principalmente por causa das minhas filhas. Só nas últimas duas semanas, tivemos dois julgamentos de Mórmons sobre nossa família, envolvendo nossas filhas.
Minha filha de quatro anos de idade, a do meio, convidou um amiguinho, filho de um vizinho nosso, para brincar em nossa casa. Enquanto estavam brincando, o filho da vizinha viu nosso pote de café. Imediatamente disse: “O café é ruim!” Minha menina ficou aparentemente perplexa com essa afirmação. Tive que explicar a ela, que “a mamãe e o papai não são ruins, simplesmente porque tomam, uma ou duas xícaras de café diariamente”. Então, voltando-se para o menino Mórmon, disse-lhe, que o café é bom para o coração e que ele poderia ir para casa contar isso a seus pais. E que ele também poderia pedir-lhes, que comprassem alguns pacotes de café. Após falar assim, senti-me completamente culpada por essas palavras, por ter dito isso ao menino Mórmon. Isso, sem dúvida, foi consequência das cruéis e constantes palavras, que as crianças Mórmons dizem para nós. Parece que criaram um julgamento sobre nossa família e tentam, de todas as formas, nos bombardear com palavras contrárias às nossas crenças.
O segundo evento, aconteceu na semana passada. Um outro vizinho nosso, muito jovem ainda, faleceu de câncer. Nunca o vi na minha vida, apesar de ser vizinho. Minha filha mais velha, de treze anos queria que eu fosse no funeral, porque o falecido era pai de uma amiga dela, que estaria lá. Resolvemos ir de ônibus ao tal funeral. Enquanto nos dirigíamos para o local, minha filha questionou alguém no ônibus sobre os funerais Mórmons, perguntou a eles, se teríamos que ficar olhando o corpo do falecido, porque sua avó (minha mãe) fora cremada. Imediatamente, como um trator que passa, destruindo tudo, veio mais uma opinião contra nossa família. Alguém disse para minha filha como resposta, que nossa família havia cometido um pecado, ao cremar um parente. Felizmente, minha filha de treze anos, conseguiu contornar e rir da resposta daquela pessoa. Mas se fosse com minhas filhas mais pequenas, creio que as abalariam e teriam que lutar para entenderem aquele comentário.
Eu poderia escrever sobre muitas coisas relacionadas à minha família e o Mormonismo, inclusive sobre os castigos que muitos já direcionaram para nós. Entretanto, estou tentando ensinar a meus filhos a serem mais tolerantes, e a aceitarem e amarem a todas as pessoas, mesmo com este sentimento de desprezo que está em meu coração. Estou lutando muito com isso. Os Mórmons de Utah têm testemunhado a minha raiva e, ocasionalmente, as palavras cruéis que saem da minha boca.
Eu sou uma pessoa muito social e carismática. Trabalho fora de minha casa. Pela primeira vez, em minha vida, tenho lutado muito para me conectar e me alinhar aos meus colegas de trabalho, que são, na sua maioria, Mórmons em Utah. Entendo também, que eu jamais poderei ter um bom relacionamento autentico e genuíno com nenhum Mórmon, aqui em Utah, simplesmente, porque eu sei o que eles pensam e o que sentem a respeito dos “não membros” Santos dos Últimos Dias. Só eles estão certos e o resto é o mundo de Satanás.
Um colega de trabalho meu, que está sentado numa mesa a menos de um metro da minha, deletou do Facebook sua filha, simplesmente porque ela estava perguntando sobre a fé das pessoas que não frequentam a igreja. Ela delirou e ficou furiosa com essa atitude, mas depois o amou, porque ele era seu pai e também o seu bispo.
Estamos ansiosos para nos mudar de “Crazyville” o mais rapidamente possível. Preciso, neste ínterim, de conselhos e de ajuda para achar uma forma de não deixar meus sentimentos transparecer. Esta situação não é natural para mim, não é um estado natural e eu me sinto horrível com isso tudo. Sei que, de certa forma, sou melhor do que os Mórmons que estão me julgando, entretanto, não deveria ter raiva e ressentimento por seus julgamentos? Fico às vezes imaginando coisas ruins para falar com eles, em resposta por todas as coisas ruins que eles têm infligido à nossa família, durante estes anos em Utah.
Outra coisa bem interessante. As respostas que os Mórmons nos dão às nossas perguntas são sempre as mesmas. Me assusta muito isso. Como pode ser? Se fizermos a mesma pergunta, a dez pessoas Mórmons diferentes, obteremos sempre a mesma resposta exata. É ou não é uma lavagem cerebral? Um estado paranoico de hipnotismo coletivo? Me respondam isso!

Obrigada a todos!

Christie

Nenhum comentário:

Postar um comentário