Traduza para outra Lingua!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O MORMONISMO DE ALGUNS ANOS ATRÁS!

Os Mórmons, como eles próprios confessam, adotam a interpretação bíblica feita por Joseph Smith Jr. e Brigham Young, registrada nos escritos deles. Do ponto de vista teológico, esta seita apresenta muitos desvios em relação ao cristianismo tradicional.
Os historiadores e teólogos Mórmons mais bem informados estão cientes de que da primeira edição do Livro de Mórmon para a atual houve pelo menos 3.913 mudanças (e se levarmos em conta as diferenças de pontuação serão mais de 25.000). A primeira edição já sofreu várias revisões, primeiro por Joseph Smith Jr., e depois por seus sucessores ao longo dos últimos cento e oitenta e dois anos.  Contudo, tanto os dados removidos como os atuais são apresentados como “revelação divina”. Esse é um exemplo da coexistência pacífica de contradições claras dentro do sistema de crenças do mormonismo, que permite o isolamento ou segregação de evidências ou conceitos conflitantes.
O cerne do sistema teológico Mórmon é uma forte ênfase à autoridade de que o grupo sacerdotal se acha investido, bem como aos rituais e símbolos dirigidos pela hierarquia da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Logo no início, um convertido Mórmon aprende que a "chave da autoridade" se acha em poder dos Portadores do Sacerdócio de Melquisedeque e que uma das características da restauração da verdadeira Igreja de Jesus Cristo na terra é o fato de que os sacerdotes existem e perpetuam essa autoridade.
Um Mórmon fiel usa roupas íntimas (roupas de baixo) simbólicas pelas quais ele está sempre lembrando seus deveres como membro do grupo. Se pensarmos ainda na forte ênfase dada ao batismo para a remissão dos pecados, ao dízimo, e ao serviço missionário voluntário, vemos como os seguidores ficam encerrados dentro de um círculo fechado, homogêneo, do qual é praticamente impossível fugir, a não ser com sérias penalidades espirituais e econômicas.
Todo Mórmon é ensinado que “sua seita é a verdadeira religião cristã”; ou, usando seus próprios termos, é “a restauração do cristianismo na terra”. Os ritos (ordenanças) privados dos templos Mórmons, os rituais associados com o batismo pelos mortos, os apertos de mão secretos, os sinais e símbolos adotados, tudo isso prende o membro da seita e seus familiares num laço que em Psicologia é chamado de “grupo social”. Quem não for aceito nesse grupo não terá paz, nem gozará de prestígio, nem terá posição na comunidade.
A história dos Mórmons no Brasil é marcada pelo racismo, em consequência de sua doutrina igualmente racista.  Segundo o historiador Mórmon Dr. Lawrence J. Nielsen, durante anos a igreja evitou converter pessoas de ascendência africana, e os missionários desenvolveram vários métodos (até a prática de verificar álbuns de fotografias) para detectar tal linhagem a fim de não batizar pessoas erradas.
Desenvolveram também códigos secretos — sinais de mão — para se comunicar sem serem reconhecidos pelos negros. Segundo o pesquisador Mórmon Mark L. Grover, durante os anos 50 a missão brasileira estabeleceu oficialmente como seu alvo principal a “pureza racial de todos os novos convertidos”.
Ela também tirou dois capítulos inteiros das edições brasileiras do livro O Caminho da Perfeição como parte de sua tentativa de limitar as informações aos membros brasileiros sobre tal doutrina ofensiva. Como resultado, os Mórmons brasileiros e o público em geral desconhecem as dezenas de declarações claramente racistas feitas pelas autoridades Mórmons na sua literatura oficial em inglês.  O referido livro foi traduzido sem mudanças para o alemão, francês, espanhol e japonês.
A decisão da igreja em 1978 de abrir o sacerdócio às pessoas com “sangue negro” foi o resultado da impossibilidade de determinar corretamente a linhagem racial de seus membros brasileiros, afirma o apóstolo Mórmon LeGrand Richards em outubro do mesmo ano, numa entrevista pouco conhecida, trazida a público no Brasil pelo Instituto Cristão de Pesquisas.
Segundo a doutrina Mórmon, uma só gota de sangue africano era suficiente para manter a maldição que recai sobre as pessoas de pele escura e desqualificar um possível candidato ao sacerdócio. Qualquer um que fosse ordenado por engano estaria administrando ordenanças inválidas, assim atrapalhando seriamente a ordem da igreja. A igreja, explicou Richards, foi forçada a reconsiderar sua posição porque um “templo sagrado”, no valor de quatro milhões de dólares, estava para ser inaugurado em São Paulo em agosto daquele ano. Como a igreja teria de negar a entrada aos membros de origem africana neste templo? Se metade da população brasileira é basicamente de origem negra?

MARTIN, Walter. O império das seitas – Volume II -Editora Betânia - 1992

Nenhum comentário:

Postar um comentário